sábado, 14 de agosto de 2010

Quando a esmola é demais, o santo desconfia

A Folha deixou de ignorar o candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, e lhe destinou quase uma página inteira pelo segundo dia seguido. Achou democrático? Então preste atenção aos detalhes:

Imagine a forma mais imprudente de abordar tudo o que pode haver de mais polêmico com relação a uma candidatura. Imagine a publicação, sem o devido aprofundamento das discussões, de tudo o que pode chocar o senso comum. Pronto, você imaginou a matéria da Folha de hoje (a de ontem havia sido bem mais condescendente, digamos assim). O título já escancara que Plínio defende a "legalização da maconha". No subtítulo, aspas de Plínio perguntando que "mal faz um baseado". Depois, o jornal joga na roda a contradição entre a posição de Plínio contra a existência do Senado e a suposta bronca que o PSOL lhe teria dado pelo fato de o partido lançar postulantes ao cargo. Para arrematar, uma "investigação" que revelaria uma suposta incoerência existente no fato de um socialista defender a taxação de grandes fotunas e ao mesmo tempo ter patrimônio de cerca de R$ 2 milhões. Eles gostam de endinheirados como Eike Batista, que quanto mais tem mais quer, independentemente de qualquer coisa. (Neste caso, de qualquer coisa mesmo.)

A imprensa não é neutra, sabe-se. Mas alguns veículos são tendenciosos demais.

(Ah, em tempo: na edição de hoje da Folha também havia um editorial contra o debate eleitoral centrado na comparação entre os governos Lula e FHC. É claro, não há modo melhor de mostrar que o governo Lula, por menos que tenha feito, saiu-se muito melhor que o tucanato privatista. O pessoal desse jornal não diz, mas vota 45. Ah, vota...)

Um comentário:

  1. Oi Max,

    Só para te parabenizar pelo blog, que conheci hoje. Continue ativo!

    beijos!

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