domingo, 7 de setembro de 2008

ENEM 2008 e a questão do desmatamento da Amazônia

Como eu havia prometido aos meus alunos de redação do Cursinho Popular Paulo Freire, disponibilizo abaixo a redação que fiz para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no domingo 31 de agosto. Procurei reproduzir fielmente o meu rascunho. Por isso, peço que levem em consideração que o texto abaixo foi feito na correria e sem material para consulta. Caso eu pudesse refazê-la, mudaria alguns trechos. O texto parece grande, mas coube porque eu espremi a letra e não coloquei título propositalmente, para ganhar duas importantes linhas. Quem quiser consultar a proposta de redação pode acessar o site do ENEM (http://www.enem.inep.gov.br/). Salvem a Amazônia!

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O funcionamento da “máquina de chuvas da Amazônia”, nome atribuído à região pelo fato de a floresta ali localizada influenciar no ciclo hidrológico, corre sérios riscos. E isso pode acarretar problemas de caráter econômico e social, além dos ambientais, ao país e até a vizinhos como a Argentina, na medida em que a chuva “produzida” por ela estar diretamente ligada à geração de energia hidrelétrica e à agroindústria. Para que a tal “máquina” continue funcionando, medidas são necessárias. Como, por exemplo, o aumento da fiscalização e a aplicação de pesadas multas àqueles que promoverem desmatamentos não-autorizados.

A pura e simples proibição de todo desmatamento não surtiria efeito, pois a maior dificuldade é fiscalizar aquilo que se proíbe e algumas áreas, onde já é desenvolvida a exploração sustentável, não deveriam ser prejudicadas por conta de medidas apocalípticas. É preciso mais.

A fiscalização eficiente implicaria, a princípio, um volume considerável de investimento público, uma vez que trabalhadores seriam contratados e equipamentos, adquiridos. Porém, além dessa geração de empregos e aumento de demanda por produtos industrializados, a medida traz o benefício de se auto-sustentar a médio e longo prazos, pois a cobrança das multas seria uma fonte de recursos. Sem contar que, com a fiscalização, o fim do desmatamento seria controlado de fato, não dependendo da boa vontade de alguns setores que, por já desmatarem ilegalmente, não são dignos de confiança. Muito menos de recursos, sejam estes públicos ou advindos do exterior.

Contrastando com as grandes possibilidades, a ação também traz consigo dificuldades. Caso contrário, já haveria sido colocada em prática. A pressão de grandes detentores de poder econômico e político é certamente uma das mais importantes. A presença no Congresso, por exemplo, de bancadas ruralistas decididas a obstruir qualquer ação que interfira nos lucros de suas atividades é prova disso. Há também o risco de corrupção entre fiscais, o que deve ser enfrentado por meio de condições dignas e transparentes de trabalho.

É notório o risco que a “máquina de chuvas da Amazônia” corre. Mas a sua manutenção é possível e a ação acima proposta deixa isso claro. Não é possível ignorar o ambiente e submetê-lo a interesses econômicos privados. Por isso, é indispensável trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, com rigorosa fiscalização e punição exemplar a quem tentar burlar as leis.

5 comentários:

  1. nossa, max vc tem uma mao pra escrever em ...
    muito bom em...
    bjo

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  2. Acho que você nem vai acreditar, mas ficou bom o texto e eu não tenho nada para reclamar dele! =O

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  3. poxa
    parabéns pelo blog!
    não pude ler ele inteiro mas um dia eu termino^^
    e bem
    parabéns pela redação
    por acaso você escolheu o mesmo tema que eu
    mas, poxa, nem dá pra comparar!
    é isso super beijo!
    Ori

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